Na época de seu lançamento, eu assisti Deixe a Neve Cair na Netflix. É o tipo de filme que gosto. Várias histórias de amor se cruzam num determinado momento. Só que acabei não gostando do filme. Achei que as histórias eram pouco interessantes, os personagens meio bobos. Nem escrevi a crítica aqui no Blog. Só que agora, meu amigo José Augusto Paulo viu, e pediu para escrever sobre ele, porque tinha gostado do filme. Então, aí vai uma visão mais simpática do que a minha (rs).
Deixe a Neve Cair
Deixe a Neve Cair é baseado no livro de John Green, Maureen Johnson e Laura Myracle do mesmo nome. Mas se desvia um pouco nas origens e ambiente familiar de alguns personagens. Esse filme me fez lembrar rótulos de garrafas de vinho… Isso porque da mesma forma que o vinho pode ser descrito pelo aroma de framboesas, ou de frutas do bosque, esse filme tem o aroma de Idas e Vindas do Amor (2010) com o perfume de Simplesmente Amor (2003) para mim. Num dia de nevasca em uma cidade pequena de Illinois (na verdade, Canadá, onde a neve tende a ser mais garantida), acompanhamos três possíveis histórias de amor.
Julie (Isabela Merced, de beleza exótica) é a garota inteligente, com possibilidade de deixar a cidadezinha. Ela tromba com Stuart (Shameik Moore, na vida real conhecido como músico e cantor de talento) cantor e dançarino conhecido, no corredor de um trem. Tobin (Mitchell Hope) garoto um pouco tímido vai com Angie (Kiernan Shipka, de O Mundo Sombrio de Sabrina) sua amiga de infância a uma festa de JP (o belo modelo Matthew Noszka) um dos atletas da escola local. Dorrie (Liv Hewson) esta fascinada por Kerry (a outra beleza exótica: Anna Akana). Já sua amiga Addie (a também bela Odeya Rush… aliás, ficou dificil encontrar alguem feio nesse filme) está obcecada com o seu namorado do momento que a vive ignorando. E todos eles desenvolvem suas jornadas até que se encontram numa festa de Natal na lanchonete em que Dorrie trabalha
A crítica
Seria uma história como tantas outras. Mas com o pano de fundo da neve muito branca, cria cenas exteriores com excesso de luz, em contraste com os takes internos com matizes em cores pastel escuras. Estes providenciam um aconchego e barram o frio exterior. A atuação é boa, embora Shameik por vezes pareça estar com medo de dizer suas falas. O ritmo se desenvolve de maneira rápida, mas nem tanto.
Traz memórias de outros filmes na neve como Fargo, mas achei gostoso de ver, com um estilo otimista sem exageros. Envolve todos em histórias simples e com humor bem pontuado (me fez rir umas vezes, o que eu não esperava). Claro, não é filme para um Oscar, mas também não tem o seu charme. A sequência em que Tobin e Angie cantam The whole of the moon ao som do órgão da igreja tenha algo de profundo, criativo e memorável. Nesses dias em que nos isolamos sem neve, o filme traça uns paralelos interessantes e que nos dá um pouco de esperança.