Muitas vezes, por causa da quantidade de filmes e séries disponíveis nos streamings, acabamos deixando de lado filmes estrelados por atores que gostamos muito. No meu caso, um desses foi Mais uma Chance ( Private Life), com Paul Giamatti e Kathryn Hahn. Adoro os dois! O filme está disponível na Netflix. O meu querido amigo José Augusto Paulo assistiu e gostou – veja baixo o que ele escreveu:
Mais uma Chance
Recentemente tenho visto artigos sobre Noel Coward e sua vasta produção literária. Ao encontrar este filme anunciado na Netflix, achei que seria uma versão moderna de Private Lives, peça de muito sucesso de Coward. Distraído, não percebi que o titulo é Private LIFE (singular) e não LIVES (plural). E assim começou minha experiência com esse filme de Tamara Jenkins (A Família Savage , O Outro Lado de Beverly Hills) que se baseia em coisas que aconteceram na própria vida dela.
O filme conta a historia de um casal, Richard (Paul Giamatti – Sideways – Entre Umas e Outras) e Rachel (Kathryn Hahn – WandaVision) que está num processo de tentar qualquer método para ter um filho, inclusive adoção, inseminação artificial etc. Só que eles acabam por quase que esquecer a razão do seu relacionamento. Afinal, tudo é voltado para o objetivo de se ter essa criança. Como se pode imaginar, quando as tentativas falham, a tensão aumenta. A história poderia acabar sendo mais escura e triste se não fosse o fato de que breves momentos de humor permitem que o drama não pese demais. Além disso, ambos os atores são excelentes tanto em drama como em comédia.
A opinião
Eu gostei também da naturalidade que o filme nos passa. Por vezes, momentos de silêncio entre os dois ou em família não ‘param’ o filme. Isso porque sentimos que, na mesma situação, também enfrentaríamos essas pausas. Assim como a fatiga do sempre tentar, da esperança inicial, as constantes discussões, por vezes evitando certos assuntos e em outras simplesmente se perdendo com medo do que possa offender. E tudo nos parece natural e honesto e passamos a pensar que talvez não fosse diferente se fossemos um dos dois.
A produção cria uma domesticidade simples, até talvez um tanto banal. Não ha muito o que focar a história em determinado período de tempo. Grande parte dos assuntos fica em volta do como gerar um filho e quando este justamente começa a nos cansar também (como cansou a família, dado que os diálogos expõe isto claramente), o filme chega a seu fim.
Não é um desses filmes que cria sensações de maravilha ou grandes momentos, e nem é tão cerebral. Mas, de certa forma, nos convida a seguir a luta desse casal por um objetivo que pode parecer ser somente de um deles como também nos dá indicações do contrario. Natural, honesto e humano.