Quando a primeira temporada de 13 Reasons Why estreou na Netflix foi um acontecimento. A história sobre o suicídio de uma garota e o papel que várias pessoas tiveram nesse ato, foi motivo de discussão e discórdia entre muita gente. Era um soco no estômago! Inicialmente programada para ser uma minissérie, acabou tendo mais três temporadas. A segunda é média, a terceira é muito fraca. E a quarta estreou no último fim de semana na Netflix.
Depois de sabermos no final da temporada anterior de 13 Reasons Why quem matou Bryce Walker, o grande vilão da história, agora acompanhamos o que isso causou na vida do grupo de amigos, especialmente com Clay (Dylan Minette). Ele está claramente perturbado com tudo o que passou, e o fato da escola estar num esquema de tolerância zero deixa tudo mais complicado. Logo na primeira cena, a temporada mostra que alguém morreu, só não sabemos quem. Isso só será revelado no último episódio.
Novamente, vários pontos importantes de comportamento são mencionados: ativismo, opressão, trauma de infância, fluidez sexual, doenças terminais, violência policial, racismo etc. Mas as coisas não funcionam. Assim como na temporada passada, onde o tom da série era de policial “quem matou?”, dessa vez a opção é pelo suspense psicológico. Mas é bem difícil passar pela primeira metade dos episódios. O foco é a “descida aos infernos” de Clay, totalmente dominado pela depressão e paranóia. Dylan Minette é um ótimo ator, mas coitado, como sofreu, como chorou e gritou nessa temporada.
O que me incomodou…
Mas há várias outras coisas que me incomodaram profundamente nessa temporada de 13 Reasons Why.
- Será que existe algum personagem mais chato do que Alex? E isso não é só agora, é desde o primeiro episódio…
- Pode ser uma sensação minha, mas ninguém – adultos ou adolescentes – parecia muito interessado em descobrir a verdade.
- Clay passa por diversas situações enlouquecidas que se fosse no mundo real já teria sido internado há muito tempo, ou preso. E vamos combinar? Ele é muito tonto!
- Algumas das partes mais chatas do início da temporada são os sonhos de Clay.
- Vários personagens foram esquecidos no meio do caminho. Fiquei até surpresa de rever alguns deles no final.
- Apesar de o número de episódios ter sido reduzido de 13 (como as três anteriores) para 10 nessa última temporada de 13 Reasons Why , a sensação é que ela é interminável.
- No momento que estamos vivendo, um dos episódios, que mostra violência policial contra os estudantes, foi feito para incomodar. E consegue!
- Desde a 3ª temporada Ani (Grace Saif) não consegue me convencer. Acho que é um personagem mal escrito e mal desenvolvido que ainda tenta uma redenção no final. Mas nem assim funciona.
- E o que é aquele Winston (Deaken Bluman)? Parece personagem de filme de terror , sempre espreitando…
Mas…
E por aí vai. É claro que a temporada tem alguns bons momentos. Gary Sinise, que faz o terapeuta, é sempre ótimo, mas eu ficava com a sensação que a qualquer momento ele iria pular no pescoço de Clay, rsrs. Foi legal ver a participação de Andrew McCarthy como o pai de Charlie (Tyler Barnhardt)numa bela cena. Ou ainda Kate Burton, que me fez lembrar de Ellis Grey, de Grey’s Anatomy, como a médica. Mesmo com os percalços das ultimas temporadas, ainda tenho um certo carinho por alguns desses personagens de 13 Reasons Why. Me emocionei no final com a despedida deles.