Eu sou grande fã dos livros de Agatha Christie. Li todos em minha adolescência. E também adoro filmes de mistério com detetives, do tipo “quem matou quem”. Mais ou menos na linha de Entre Facas e Segredos (cuja sequência estreia essa semana na Netflix). Por esse motivo, é claro que fiquei interessada em Veja como Eles Correm, que estreou há pouco no Star Plus. Se você é como eu – e adora tudo isso – , vai curtir o filme. Se não, pode ser que não embarque no estilo de narrativa que o filme apresenta.
Veja como Eles Correm segue uma tendência que é misturar fatos e pessoas reais como uma história totalmente fictícia. Tipo Era uma Vez em Hollywood. A ação se passa no no West End de Londres na década de 1950. É quando um assassinato interrompe os planos para uma versão cinematográfica de uma peça teatral de sucesso. É quando o indiferente inspetor Stoppard (Sam Rockwell) e a entusiasmada novata Constable Stalker (Saoirse Ronan) assumem o caso. Logo, os dois se veem envolvidos em um intrigante mistério dentro do glamuroso e decadente mundo do teatro e do cinema.
O que achei do filme?
O filme é uma auto-paródia. Tudo começa com a narração de Kopernick (Adrien Brody), o diretor de cinema que será assassinado. A partir daí, juntamente com a investigação, Veja como Eles Correm aproveita todas as oportunidades para brincar com o gênero. Isso desde a estrutura até cada um dos personagens. A peça a que fazem referência é A Ratoeira, de Agatha Christie, cuja versão teatral está em cartaz ininterruptamente em Londres desde os anos 50. Só parou durante a pandemia. Quando o filme começa – e o assassinato ocorre – eles estão comemorando o 100º espetáculo.
Além de um roteiro que vai fazer a festa dos fãs do gênero, Veja como Eles Correm tem várias referências cinematográficas. É o caso de Richard Attenborough (feito de maneira divertida por Harris Dickinson de King’s Man). E também há até uma participação de Agatha Christie na história, rs – e ela é muito divertida. Aliás, o elenco é um destaque. Nos papéis principais estão Sam Rockwell e Saoirse Ronan (ambos ótimos). E ainda há participações de Ruth Wilson e David Oyelowo, entre outros. Só pra ver todos esses talentos o filme já valeria a pena.
Mas a direção de arte, figurino, fotografia também são impecáveis. Tudo é cheio de estilo e entusiasmo. A resolução do mistério não chega aos pés das histórias de Miss Christie. Mas, ninguém a superou até hoje mesmo, não é? Rsrs!